“Ele lutou muito pela vida dele, até onde ele pôde. Até o médico falou para mim que ele foi um guerreiro, e é isso. Eu queria que a justiça fosse feita por eles dois”, declarou Francisca Maria da Silva.
Fotos: Darival Júnior/TV Cidade Verde
Ulisses faleceu por volta das 16h, e seu corpo foi levado para Parnaíba, onde o velório aconteceu na manhã desta segunda-feira (11) na casa da família. O sepultamento estava previsto para as 11h, no cemitério da região.
Com a perda dos dois filhos, Francisca Maria expressou o vazio que ficou na família: “Eles eram brincalhões, se divertiam; a alegria da casa eram eles dois. Sem eles aqui, é só a saudade mesmo”, lamentou.
A avó das crianças, Maria da Silva, afirmou não conhecer a suspeita do crime e pediu justiça.
“Não sei por que ela fez isso, foi maldade mesmo. Mas só peço que ela continue presa, só isso que eu quero, justiça, que ela pague pelos erros que cometeu. Não quero que ela seja solta de jeito nenhum”, desabafou.
Muito emocionada, Maria da Silva recordou o dia em que os netos apresentaram sintomas de envenenamento. “O Ulisses pegou a sacola de caju e saiu para comer mais longe, brincaram a tarde toda, e quando foi por volta das 18h, primeiro veio o Miguel, passando mal, dizendo que estava tonto, e depois o Ulisses”, explicou.
O crime
Os irmãos foram atendidos inicialmente no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Parnaíba, no dia 22 de agosto. Com fortes sinais de envenenamento, foram transferidos para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) para tratamento intensivo.
De acordo com as investigações, Lucélia Maria teria envenenado os cajus em retaliação, após as crianças subirem no muro da casa dela para pegar frutos de uma árvore. Antes do ocorrido, ela já havia feito ameaças aos irmãos. O crime aconteceu no bairro Dom Rufino, em Parnaíba. No dia da prisão da vizinha, a indignação da população resultou no incêndio da residência dela.