O ex-vereador de Nazaré do Piauí, Francisco das Chagas Ferreira, foi condenado a 24 anos e 9 meses de prisão, em regime fechado, pelo assassinato e ocultação de cadáver da ex-companheira Renata Pereira da Costa, em dezembro de 2020, na zona rural do município.
A decisão foi anunciada, na noite de terça-feira (15), durante o julgamento do ex-vereador no Fórum Ministro Aldir Passarinho, em Floriano, a 46 km de Nazaré do Piauí. A sessão teve quase 12 horas de duração e contou com a presença de familiares e amigos da vítima e membros de movimentos de defesa das mulheres.
Na época do crime, Renata saiu de casa, em Nazaré do Piauí, acompanhada dos filhos – uma menina de 12 anos e um menino de quatro anos – para fazer compras em Floriano. Ela deixou as crianças na casa de uma tia e garantiu que não demoraria para retornar.
Segundo a investigação policial, no caminho para as compras, o ex-companheiro da vítima a abordou e convenceu a entrar em seu carro, se oferecendo a dar-lhe uma carona. Durante o trajeto, ele golpeou a cabeça de Renata com uma forte pancada e a matou.
Ainda de acordo com a investigação, após cometer o crime Francisco das Chagas dirigiu até a divisa entre Floriano e Itaueira e escondeu o cadáver da agricultora.
Renata foi procurada pela Polícia e por sua família durante três meses. O próprio ex-vereador ajudou nas buscas e deu três versões diferentes à Polícia Civil.
Em janeiro de 2021, 34 dias após o desaparecimento de Renata, uma ossada humana foi encontrada em uma região de mata fechada na fronteira entre os municípios. Os exames de DNA realizados pela perícia criminal confirmaram, dois meses depois, que se tratava da agricultora assassinada.
Com as investigações finalizadas, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva do ex-vereador, acusado posteriormente pelos crimes de feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual.
Antes do julgamento, uma manifestação por justiça e em memória de Renata aconteceu em frente ao Fórum de Floriano. Uma amiga da família da vítima verbalizou a revolta de quem conhecia a agricultora.
“Todo esse movimento é para buscar justiça por tantas mulheres, mulheres negras, que são mortas. No primeiro momento, procuramos por ela. Hoje pedimos que parem de nos matar”, suplicou.
Fonte: G1 PI
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