Com o início do período eleitoral de 2024 em 16 de agosto, o Brasil já se depara com um preocupante aumento de ocorrências de violência política. A 3ª edição da pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, realizada pelas organizações sociais Terra de Direitos e Justiça Global, revela que, entre 1º de novembro de 2022 e 15 de agosto de 2024, foram registrados 299 casos de violência política. Destes, 145 ocorreram apenas em 2024, incluindo 14 assassinatos.
Os dados mostram uma escalada preocupante. Enquanto nas eleições presidenciais de 2018, a cada oito dias uma pessoa era vítima de violência política, em 2024, essa média caiu para um caso a cada um dia e meio. A pesquisa destaca que, no período pré-eleitoral de 2020, houve 63 casos de violência, comparado aos 105 casos contabilizados entre janeiro e 15 de agosto deste ano, uma variação de quase 170% nos tipos mais graves de violência, como assassinatos e atentados.
Gisele Barbieri, coordenadora de Incidência Política da Terra de Direitos, afirma que “em anos eleitorais há um acirramento da violência política”, e que a situação atual reflete uma naturalização da violência, que afeta partidos de todos os espectros políticos, com impacto desproporcional sobre as mulheres.
A pesquisa revela que a forma mais recorrente de violência política são as ameaças, com 153 ocorrências registradas. A maioria delas ocorreu em ambientes virtuais, principalmente nas redes sociais, onde 52,3% das ameaças se concretizaram. Além disso, 46% dos casos de violência política afetaram mulheres, com destaque para 15 ameaças de estupro dirigidas a parlamentares.
O levantamento também evidenciou que a violência política é direcionada majoritariamente a políticos em exercício (77%), mas os candidatos e pré-candidatos são os mais vulneráveis, representando 68% dos assassinatos. Os dados ainda mostram que a violência se espalha por 24 estados e no Distrito Federal, com o Sudeste (38,1%) e o Nordeste (29,8%) concentrando a maior parte das ocorrências.
A situação é alarmante, especialmente com o acirramento das disputas eleitorais. As organizações que conduziram a pesquisa preveem que a intensificação da violência será ainda mais evidente nos dados do período eleitoral, que serão divulgados após o 1º turno, previsto para o próximo domingo (06).
O contexto atual ressalta a necessidade urgente de respostas institucionais eficazes. Barbieri pede legislações que não apenas punam, mas que também eduquem e criem um ambiente mais seguro para a participação política, especialmente para mulheres, que continuam a ser alvo de intimidações.
Fonte: Piauí Hoje
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