Simões

Mais um Natal… por Flávio de Ostanila

“Alguns, de joelhos, falaram demais o nome de Deus em vão e discorreram sobre a edificação espiritual; todavia a mão não estenderam (nem uma vez!) para ajudar a reeguer um irmão em ruínas.”

Neste momento, diferentes situações ocorrem na vida das pessoas. Inúmeras preparam a ceia, trocam presentes, viajam. Outras tantas sofrem de fome, de injustiça, de doença.

Neste momento, diferentes situações ocorrem na vida das pessoas. Inúmeras preparam a ceia, trocam presentes, viajam. Outras tantas sofrem de fome, de injustiça, de doença.

É certo que não é saudável nem proveitoso sentir as dores todas do mundo; contudo é possível, com um mínimo de benevolência, fazer algo pelo próximo, não unicamente por uma questão de crença religiosa: por humanidade mesmo. 

Você está agora enviando frases optativas prontas e cartões virtuais desejando boas-festas a torto e a direito, mas o que fez de correto para tornar, por um instante, as coisas menos difíceis para sequer um indivíduo? 

Como político, destinou adequadamente as verbas públicas sem que obtivesse vantagem indevida? Na condição de médico, salvou enfermos ou tão somente vendeu saúde? O professor ensinou de verdade ou ficou, durante a aula, apenas reclamando do salário ruim? E a influenciadora digital realizou algo por alguém ou exclusivamente dancinhas nas redes sociais? 

Jogadores, sorridentes, ingeriam champanhe enquanto torcedores, tristonhos, derramavam lágrimas após derrota de seus times. 

Há os que se arrogaram grandes empresários; porém, na hora de honrar os benefícios dos trabalhadores, mostraram-se bem pequenos. 

Alguns, de joelhos, falaram demais o nome de Deus em vão e discorreram sobre a edificação espiritual; todavia a mão não estenderam (nem uma vez!) para ajudar a reeguer um irmão em ruínas.

O vizinho quis saber de tudo sobre aquele que mora ao lado, no entanto não soube oferecer apoio numa necessidade. 

Motoristas não pararam na faixa de pedestres para a mãe com o bebê nos braços; clientes não devolveram o troco lhes passado errado no supermercado; passageiros do ônibus não ofereceram assento ao idoso; motoqueiros estacionaram na rampa para cadeirantes; transeuntes destrataram o mendigo; a moça jogou lixo em via pública; o rapaz agrediu um cãozinho. 

Eu estive aqui todo o tempo, e você não ouviu meus gemidos, tampouco me viu sangrar. Só me enxergou quando de mim precisou. Por causa da inveja, falou horrores a meu respeito e, devido ao ódio, até desejou minha morte. Entretanto hoje é festa… e daí?! Um dia não muda o que você fez ou deixou de fazer o ano inteiro. Pode até tentar se enganar, mas um “feliz Natal!” não altera quem você de fato é. 

Danilo Reis

Fundador e proprietário do Sistema de Comunicação Sertão Atual, Empreendedor, Produtor Musical, Web Designer, Músico e Produtor Musical.

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