Foto: Ascom/Roberta Aline
Ao comentar a operação da Polícia Federal (PF) contra Jair Bolsonaro (PL) e aliados nesta quinta-feira (8), o ministro Wellington Dias (PT) afirmou que não há qualquer tipo de perseguição a adversários políticos. Segundo o petista, é preciso apurar a eventual participação do ex-presidente, membros do antigo governo e das Forças Armadas na tentativa de golpe.
“Primeiro, cumprir a lei não é perseguição política. Claro, assim como acontece em todo o processo, quem é aqui acusado de algo tem o direito da sua defesa, mas o fato é que também fica claro para o povo que na democracia, o pequeno, o médio ou o grande, seja qual for o cargo, a patente, responde por aquilo que fez. Se cometer o crime, pagará”, declarou.
A Operação Tempus Veritatis investiga uma organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
Entre os alvos da operação estão o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Braga Netto, do Ministério da Casa Civil e Defesa, Anderson Torres, do Ministério da Justiça e o ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira.
Ao todo, a PF cumpre quatro mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão em dez estados e no Distrito Federal. Entre os presos está o ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara. O militar já era investigado no caso da fraude ao cartão de vacinação do ex-presidente. Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro, e Rafael Martins, também foram detidos.
Já entre os militares, são alvos o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e que comandou a investida do Exército contra as urnas, e o general Estevam Cals Theophilo Gaspar Oliveira, que era chefe do Comando de Operações Terrestres.
Apesar de frisar a necessidade de assegurar o amplo direito a defesa de todos os suspeitos, Wellington Dias frisou que todos devem “pagar pelo crime” caso fique comprovado a efetiva participação dessas pessoas, independente do cargo ou patente.
“Eu sempre defendo que a gente tem que cumprir a lei. Doa a quem doer, independente do cargo, da posição, da patente. É claro, também respeitando a lei, respeitando a legítima defesa. O fato é que a gente teve algo ruim em um período recente no Brasil, uma ameaça mesmo à própria democracia. Havia pessoas tramando para que o país entrasse no regime autoritário”, concluiu.
Fonte: Cidadeverde.com
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