O governo avalia a possibilidade de restringir o aumento do salário mínimo para um ajuste apenas dentro dos limites definidos pelo novo arcabouço fiscal. Essa medida, se aprovada, poderia gerar uma economia de aproximadamente R$ 11 bilhões entre 2025 e 2026. A previsão leva em conta um aumento real de 2,5% acima da inflação em 2025 e 2% em 2026, conforme o teto de despesas projetado para esses anos.
Atualmente, o salário mínimo é ajustado com base no crescimento do PIB de dois anos anteriores, o que resultaria em ganhos reais de 2,9% em 2025 e 3,2% em 2026, considerando as projeções do Ministério da Fazenda. Com uma correção mais contida, o valor base do piso nos próximos anos seria menor, e as despesas poderiam ser reduzidas em até R$ 22 bilhões em quatro anos, segundo simulações internas do governo.
A medida enfrenta resistência política, pois o salário mínimo é um tema sensível entre a base de apoio do presidente. No entanto, alguns aliados já defendem essa mudança como necessária para o controle das despesas, uma vez que 27% dos gastos primários do governo estão atrelados ao piso, impactando benefícios como previdência, assistência social, abono salarial e seguro-desemprego. A cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, há um impacto estimado de R$ 422 milhões nas contas públicas.
Além das discussões sobre o salário mínimo, a equipe econômica considera ajustes em outros benefícios, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), o abono salarial e o seguro-desemprego. As reuniões mais recentes sinalizam que o debate não se restringe ao salário mínimo, e ajustes nessas áreas são vistos como uma estratégia de ampliação do impacto do pacote de contenção de gastos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a necessidade de ajustes na proposta e revelou que um novo ministério foi incluído nas discussões. Fontes indicam que se trata do Ministério da Defesa, cuja participação visa fortalecer a narrativa em prol das medidas de contenção fiscal. A inclusão desse setor e a revisão de incentivos fiscais fazem parte da estratégia do governo para demonstrar compromisso com o equilíbrio fiscal e reforçar o discurso de responsabilidade econômica.
Fonte: Meio Norte
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