Piauienses são resgatados em situação análoga a escravidão em Goiás — Foto: MPT-PI
Alojados em barracos velhos sem instalações sanitárias, sete piauienses foram resgatados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em situação análoga à escravidão em uma usina de cana-de-açúcar localizada no município de Inhumas, em Goiás.
Os trabalhadores são naturais das cidades de São Raimundo Nonato, Piracuruca e Ipiranga do Piauí e partiram para a usina em busca de melhores condições de trabalho.
Conforme o MPT, as vítimas foram encontradas em barracos velhos, sujos e sem ventilação. Os homens não possuíam camas e nem locais adequados para o preparo de refeições e precisavam fazer suas necessidades fisiológicas no canavial, já que as casas não contavam com banheiros.
Piauienses foram resgatados de casas insalubres em Goiás — Foto: MPT-PI
Além disso, os trabalhadores precisavam custear os próprios alojamentos nas cidades em Inhumas e nas cidades vizinhas Araçu e Itaberaí. O MPT destaca que eles foram obrigados a alugar moradias nas cidades próximas para que a empresa empregadora deixasse de ter a obrigação de fornecer alojamento e alimentação.
O Ministério Público do Trabalho irá ajuizar uma ação na Justiça do Trabalho para requerer o pagamento dos direitos devidos aos trabalhadores. Somente de verbas rescisórias, deveria ter sido pago R$ 950 mil.
O estado também não fica atrás no índice de empregadores que submeteram pessoas a condições degradantes de trabalho. Do Nordeste, o Piauí divide o primeiro lugar com a Bahia na Lista Suja do Trabalho Escravo do MPT. Os estados caem para o quarto na lista geral.
Homens em vulnerabilidade educacional representam 95% dos trabalhadores piauienses encontrados em condições semelhantes à escravidão, segundo o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT-PI), Edno Moura. Conforme o gestor, o estado é, sobretudo, exportador de mão de obra.
Ao g1, Edno Moura revelou que, entre os trabalhadores imigrantes, 95% são homens, 80% possuem de 20 a 45 anos e 70% são analfabetos ou não concluíram sequer o ensino fundamental I, que vai do 1º ao 5º ano.
As instituições que atuam no combate ao trabalho escravo reforçam a importância do apoio da sociedade para formular as denúncias quando souber de casos envolvendo trabalho escravo.
As denúncias podem ser feitas através do Disque 100, do WhatsApp do MPT-PI no (86) 99544 7488, pelo site www.prt22.mpt.mp.br ou ainda no site do Ministério do Trabalho e Emprego no www.ipe.sit.trabalho.gov.br , elas podem ser anônimas e sigilosas.
Fonte: G1 PI
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