A estudante piauiense Camila Feitosa Cláudio, de 16 anos, criadora de um dispositivo que mede a radiação solar e pode ajudar no combate ao câncer de pele, está concorrendo a vários prêmios nacionais. O protótipo ‘Sunsense’, que foi finalista na Feira das Nações Dante Alighieri (FENADANTE) 2024, está classificado para participar da maior feira de ciência do continente africano, a Feira de Ciências e Tecnologias do Continente Africano (I-FEST², International Festival of Engineering Science and Technology in Tunisia). Camila é a única no Nordeste a concorrer no evento, que acontecerá na Tunísia ano que vem.
O dispositivo eletrônico também está concorrendo na Feira Virtual STEM BRASIL 2024, onde equipes de professores e estudantes concorrem com projetos inspiradores e o resultado final será em novembro deste ano. Já na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), na qual o Sunsense também concorre, o resultado será em março de 2025. Camila ainda concorre ao Prêmio Carolina Bori, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que neste ano é dedicado às “Meninas na Ciência”, reconhecendo o talento e a dedicação de estudantes que têm projetos inovadores.
O protótipo monitora as emissões de radiação ultravioleta (UV) e emite alertas preventivos personalizados, com base nas características da pele e no fator de proteção solar que está sendo utilizado. Desse modo, a ideia é que o Sunsense auxilie na adoção de medidas protetivas para a prevenção de danos à pele, como queimaduras solares e câncer de pele.
Camila Feitosa foi recebida no HUB da Investe Piauí, onde em conversa com Luciana Tsukada, gestora da Startup Piauí, aceitou o convite para fazer o Programa da Aceleração da Startup. “A Camila desenvolveu uma solução muito boa e agora precisa investigar melhor e validar a aderência no mercado. O programa vai ajudar a encontrar um nicho de mercado. Ao mesmo tempo, a Aceleração vai gerar uma compreensão maior de como devem ser os próximos protótipos até o produto final”, explica a gestora.
No último mês de setembro, a estudante do ensino médio apresentou o projeto na FENADANTE, em São Paulo, onde foi finalista e conquistou o credenciamento para representar o Piauí na I-FEST². Camila começou a criar o mecanismo em maio de 2023 e, neste ano, foi 1º lugar na premiação nacional da Feira Mineira de Iniciação Científica (FEMIC), categoria Ciências da Saúde. “É algo que deu bastante trabalho, então é gratificante saber que todo o esforço está valendo a pena e a gente vai representar não só o Piauí, mas o Nordeste nessa feira”, destaca a estudante, que irá até a Tunísia apresentar o projeto.
O Sunsense
O protótipo monitora as emissões de radiação solar e a finalidade é que seja utilizado como ferramenta de auxílio no combate ao câncer de pele. A estudante reuniu sensores que captam os níveis de exposição solar e que são transmitidos por luzes LED, telas e alertas sonoros, fazendo com que os usuários possam saber imediatamente a intensidade da radiação à qual estão expostos.
Com o avanço das pesquisas, a estudante implementou no protótipo um mecanismo que calcula a quantidade de tempo segura sob determinada radiação solar, de acordo com as características (cor da pele, fator de proteção UV e exposição ao sol) de cada pessoa. O Sunsense ainda é integrado a uma placa de internet wi-fi, que envia os dados de forma digital, analisa-os e repassa as informações em tempo real. Uma nova fase da pesquisa já está desenvolvendo a aplicabilidade do protótipo em um relógio inteligente, que realize a mesma função através do punho do usuário.
No seu artigo sobre o dispositivo publicado na FENADANTE, Camila cita: “A exposição ao sol, especialmente as queimaduras solares ocorridas na infância, eleva o risco de desenvolver melanoma cutâneo ao longo da vida e, de acordo com estimativas conjuntas da World Health Organization (WHO) e da International Labour Organization (ILO), quase uma em cada três mortes por câncer de pele não melanoma são causadas pelo trabalho ao sol, sendo a exposição desprotegida à radiação solar ultravioleta no trabalho a céu aberto uma das principais causas de câncer de pele em atividade laboral”.
A jovem explica que o Sunsense vai medir a radiação e avisar quando é preciso sair do sol. “Normalmente as pessoas têm protetor solar, mas se esquecem de usá-lo. O dispositivo alerta, tanto de forma visual quanto sonora, a partir de que momento a incidência solar vai ser prejudicial. É uma forma de lembrar para usarem protetor ou saírem da exposição, porque dados comprovam que a maioria das pessoas fica exposta ao sol e acaba tendo problema de pele, por se esquecerem de passar protetor”, finaliza Camila.
Fonte: Conecta Piauí
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