O aumento dos casos de mpox no continente africano, provocado pela circulação de uma nova variante do vírus, preocupa autoridades de saúde no Brasil. Nesta terça-feira (13), o Ministério da Saúde convocou uma reunião com especialistas para atualizar as recomendações e o plano de contingência para a doença.
A pasta destacou que “acompanha com atenção” a situação da mpox no mundo e monitora informações junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) e instituições como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).
“A avaliação é que o evento apresenta risco baixo neste momento para o Brasil. Caso novas evidências demonstrem a necessidade de alterações no planejamento, as ações necessárias serão adotadas e divulgadas oportunamente”, afirmou o ministério.
MPOX NO PIAUÍ E NO BRASIL
Segundo o Painel Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (SESAPI), o estado já confirmou 40 casos nas cidades de Teresina (34), José de Freitas (2), Batalha (1), Parnaíba (1), Picos (1) e São João da Varjota (1). Dentre os infectados, 38 são do sexo masculino e 2 são do feminino. Nenhum óbito foi registrado.
No cenário nacional, 709 casos já foram confirmados em 2024. Conforme o Ministério da Saúde, dezesseis pessoas já morreram nos estados do Rio de Janeiro (5), Minas Gerais (4), São Paulo (3), Maranhão (1), Mato Grosso (1), Pará (1) e Santa Catarina (1).
COMITÊ DE EMERGÊNCIA
Na semana passada, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que havia convocado um comitê de emergência para avaliar o cenário de surto da doença na África e o risco de disseminação internacional do vírus.
Em seu perfil na rede social X, Tedros detalhou que a decisão levou em conta o registro de casos de mpox fora da República Democrática do Congo, onde as infecções estão em ascensão há mais de dois anos.
O cenário se agravou ao longo dos últimos meses em razão do uma mutação que levou à transmissão da doença de pessoa para pessoa, além da notificação de casos suspeitos na província de Kivu do Norte.
A DOENÇA
A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.
As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões pode variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.
De acordo com a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, a mpox requer tratamento de suporte, de forma a controlar os sintomas da forma mais eficaz possível e evitar mais complicações. A maioria dos pacientes tratados se recupera dentro de um mês, mas a doença pode ser fatal quando não tratada. Na República Democrática do Congo, onde a taxa de mortalidade da cepa existente é muito maior do que na África Ocidental, mais de 479 pessoas morreram desde o início do ano.
Fonte: Piauí Hoje com informações da Agência Brasil
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