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Relatório da PF diz que Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio dos atos que visaram golpe

Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO

A Polícia Federal (PF) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “planejou, atuou e teve domínio direto e efetivo” sobre ações de uma organização criminosa que buscava implementar um golpe de Estado no Brasil.

O QUE ACONTECEU

De acordo com o relatório final da investigação, divulgado nesta terça-feira (26), o golpe não foi consumado por “circunstâncias alheias à vontade” de Bolsonaro. A PF apontou que o ex-presidente tinha “plena consciência e participação ativa” em atos clandestinos que buscavam abolir o Estado de Direito.

“As provas obtidas ao longo da investigação demonstram, de forma inequívoca, que Jair Bolsonaro planejou, atuou e exerceu controle direto sobre os atos executados pela organização criminosa, cujo objetivo era concretizar um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito. O fato não ocorreu devido a circunstâncias externas”, diz o relatório. Além de Bolsonaro, outras 36 pessoas foram indiciadas pela PF no caso.

Atuação desde 2019

Segundo os investigadores, as ações para manter Bolsonaro no poder começaram em 2019, com os suspeitos agindo de forma coordenada e dividindo tarefas. O grupo teria empregado ameaças graves para limitar a atuação do Judiciário e impedir a posse do governo eleito em 2022.

Os dados analisados apontaram ainda que militares envolvidos no plano atuaram deliberadamente, sem o conhecimento de seus superiores, em violação à hierarquia. O objetivo, conforme a PF, era estabelecer uma relação de confiança entre o general Freire Gomes e Bolsonaro, buscando o apoio do então comandante do Exército para oferecer suporte armado à tentativa de golpe.

Planos para assassinar autoridades

A investigação revelou que Bolsonaro também tinha conhecimento de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.

O plano, documentado em um texto intitulado Punhal Verde e Amarelo e impresso no Palácio do Planalto pelo general Mario Fernandes, visava eliminar a chapa vencedora das eleições de 2022.

Encaminhamento à PGR

O caso foi enviado nesta terça-feira (26) à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou a retirada do sigilo da investigação.

Agora, cabe ao procurador-geral Paulo Gonet decidir se apresenta denúncia contra os envolvidos, arquiva o caso ou solicita novas diligências.

Fonte: Meio Norte

Redação

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