Pesquisadores, cientistas e observadores fizeram cálculos e triangulações a partir de imagens e apontaram que o meteoro que fez a ‘noite virar dia’ na madrugada do último sábado (13) caiu em solo piauiense, nas imediações dos municípios de Padre Marcos, Jaicós, Campo Grande do Piauí e Alegrete do Piauí, cerca de 370 km de Teresina, próximo à divisa do Piauí com Pernambuco.
A Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) estimou que o ‘super bólido’, nome oficial de um meteoro que brilha sobre o céu, começou a brilhar a 73 km do solo, e com uma velocidade aproximada de 51 mil km/h, percorreu 55 km em menos de 4 segundos, e se ‘apagou’ a 30 km de altura.
Foto: Bramon
Por conta da atmosfera da Terra, o astro deve ter se desintegrado, ou seja, caiu em diversos vestígios. O diretor geral da Bramon, Marcelo Zurita, disse ao Cidadeverde.com que acredita que fragmentos de rocha devem ter caído no solo da região.
“Deve haver vários fragmentos da rocha espacial em solo, e dependendo da sua composição, alguns podem ser bem grandes”, citou.
O assunto tomou conta das redes sociais no último fim de semana. Imagens foram registradas em todo o Piauí – do litoral ao Sul do estado. Em outros estados do Nordeste, também foi possível ver o fenômeno. No entanto, na região de Padre Marcos e cidades do entorno, os moradores relataram um grande tremor na região.
Os astrônomos estimaram que o astro teria uma dimensão entre 2 e 3 metros, mas pode ter caído em fragmentos menores sobre o solo.
Foto: Bramon
“Parecia um trovão, mais contínuo e mais brando”
A Polícia Militar de Jaicós disse que não houve chamados para ocorrências, mas que diversos moradores relataram o grande estrondo que sacudiu objetos nas residências.
“Houve um estrondo que muitos moradores afirmaram que sacudiu objetos nas residências, mas sobre um possível local da queda, ninguém até o momento ouviu falar“, detalhou.
Um morador da cidade que não se identificou relatou que estava na calçada e o estrondo durou cerca de 15 segundos. Segundo ele, prédios e janelas sacudiram com a força da explosão.
“Primeiro veio o clarão e depois um estrondo de uns 15 segundos. Parecia um trovão, mas de forma contínua e mais brando, como se fosse arrastando uma cadeira em um piso de cimento”, descreveu.
Foto: Museu Nacional / UFRJ
Meteorito que caiu em Pernambuco em 2020 foi incorporado ao acervo do Museu Nacional
Pesquisadores planejam ir ao local
De acordo com o CEO da Graviton Scientific Society, Edwar Montenegro, alguns membros do grupo de astrônomos estão avaliando a possibilidade de irem ao local para procurarem os vestígios no solo.
O fenômeno é considerado raro, e as pedras oriundas da queda de meteoritos têm grande valor científico para pesquisas espaciais.
Fonte: Cidade Verde
