
O Piauí registrou uma redução expressiva no número de casos prováveis de dengue nos dois primeiros meses de 2025. De acordo com o painel de monitoramento do Ministério da Saúde, foram contabilizados 1.159 casos entre as semanas epidemiológicas de 1 a 9 (período de 29 de dezembro de 2024 a 1° de março de 2025), contra 2.855 casos no mesmo período do ano passado. A queda é de 59,4%.
Apesar da redução, o alerta permanece. O Ministério da Saúde reforça que a dengue continua sendo uma ameaça à saúde pública e que a vacinação é uma das principais estratégias para evitar novos surtos, especialmente com a aproximação do período de maior incidência da doença, que costuma ocorrer entre março e maio.
O cenário no Piauí segue a tendência nacional. O Brasil, que em 2024 registrou mais de 1,6 milhões de casos prováveis de dengue nas primeiras semanas do ano, teve, em 2025, uma queda de 69,25%, totalizando 493 mil notificações até março. mesmo assim, o número de óbitos permanece preocupante: já são 217 mortes confirmadas e 477 em investigação.
O sudeste segue como a região com maior número de casos, com São Paulo liderando tanto em notificações quanto em mortes.
Vacinação principal aliada no combate à dengue
Para reforçar o controle da doença, o Brasil iniciou este ano a vacinação contra a dengue pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tornando-se o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante gratuitamente na rede pública.
A vacina Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda, foi destinada inicialmente a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue. A escolha das cidades que receberão as doses segue critérios técnicos como alta incidência da doença nos últimos anos e população com mais de 100 mil habitantes.
No Piauí, municípios com maior número de casos e de maior porte populacional serão priorizados, conforme definido pelo Ministério da Saúde. O esquema vacinal é composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Além da vacinação, outras medidas continuam sendo intensificadas. Entre elas estão:
- Distribuição de testes de diagnóstico;
- Expansão do método Wolbachia, que impede o mosquito Aedes aegypti de transmitir o vírus;
- Mobilização em escolas para conscientização sobre prevenção;
- Parcerias com estados e municípios para ampliar a vigilância epidemiológica.
O Ministério da Saúde também trabalha em parceria com o Butantan no desenvolvimento da primeira vacina 100% nacional e de dose única, que deve estar disponível a partir de 2026.
Especialistas reforçam que, mesmo com a queda nos casos, a prevenção continua sendo essencial. A eliminação de focos do mosquito transmissor, o uso de repelentes e a adesão à vacinação são fundamentais para evitar uma nova escalada da doença.
Fonte: Portal O Dia / Por Bruna Collins