Mais de 2,2 mil pessoas desapareceram no Piauí entre 2019 e 2023. Desse total, menos de 300 foram encontrados no mesmo período. Em média, são dois desaparecidos por dia, ou um a cada 12h. Os adolescentes de 12 a 17 anos são os que mais desaparecem no Estado (29,3%). Já as pessoas com mais de 60 anos representam 6,6% dos casos.
Todos os dados fazem parte dos anuários brasileiro de segurança pública, calculados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ano a ano, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, e mostram que essa estatística de brasileiros, bem como piauiense, vem crescendo ao longo dos últimos cinco anos.
Só ano passado, foram 644 desaparecimentos no Piauí, um crescimento de 33,8% em comparação com 2022. O que chama mais a atenção é que apenas um terço dessas pessoas, ou 240, foram devidamente localizadas. E olha que esse número de pessoas achadas explodiu ano passado, tendo em vista que nos anos anteriores não chegava a 30.
Foto: Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Essa alta no número de pessoas encontradas deve-se ao fato de que a Secretaria Estadual de Segurança Pública criou uma delegacia especializada para atuar no assunto. Além de que foi criado um bando de DNA, para coletar material e incluir no banco nacional. O coordenador da Delegacia, delegado Jorge Terceiro, destacou que a procura é de 10 a 15 pessoas por dia.
“É uma ferramenta a mais na busca por pessoas desaparecidas. A nossa unidade na capital tem o maior índice de localização do país, mas existem alguns casos em que a equipe de investigação não consegue chegar até o paradeiro da pessoa, e nós nos valemos de outros métodos como a coleta de DNA no Banco Nacional”, explicou Jorge Terceiro.
E para incentivar ainda mais essa procura, foi iniciada nesta segunda-feira (26), a Campanha Nacional de Coleta de DNA para a identificação de pessoas desaparecidas. A mobilização, promovida pelo Ministério da Justiça e Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), com apoio das polícias estaduais, ocorrerá até o dia 30 de agosto, sendo o “Dia D” em 29 de agosto.
No Piauí, a Polícia Civil vai disponibilizar as Delegacias Regionais e a Delegacia Especializada em Pessoas Desaparecidas (DESAP), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), para registro de ocorrência pelas famílias durante a campanha, assim como nos Núcleos Regionais do Departamento de Polícia Científica.
Em Teresina, os familiares de pessoas desaparecidas devem registrar a ocorrência na DESAP. Após formalização do boletim, eles serão encaminhados ao Instituto de DNA Forense do Piauí (IDNA-PI) ou ao Instituto Médico Legal (IML) para a coleta do material genético, que será inserido no Banco Nacional de Perfis Genéticos.
O coordenador do DHPP, onde funciona a sede da DESAP, delegado Francisco Costa, pontuou que esta é a segunda vez que a Polícia Civil do Piauí adere a campanha. “Temos como atribuição compartilhar e fazer toda a logística junto à DESAP, articular com o Instituto de DNA Forense na coleta do material genético para identificar pessoas desaparecidas. Vamos aproveitar a mobilização nacional, além da investigação diária, para colher esse material e dar uma resposta aos familiares”, frisou.
Fonte: Conecta Piauí