Os bons ventos do Nordeste colocam a região como a campeã na geração de energia obtida através dos ventos, a conhecida energia eólica. Neste senário, o Piauí se destaca como terceiro maior produtor de energia limpa, a partir dos ventos, na região, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte e Bahia, até mesmo por suas condições geográficas.
De acordo com dados do Ministério das Minas e Energia (MME) e da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o Piauí gera 3.583,95 Mega Watts (MW) de energia a partir de 108 parques eólicos espalhados no estado, com 1.246 torres aerogeradoras.
Dados de dezembro de 2023, do MME e da ABEEólica, revelam que o Brasil, atualmente, possui 1.039 parques eólicos e mais de 11.000 aerogeradores em operação. Sendo que a capacidade instalada em operação comercial e em teste chega a 31 Gigawatts.
Em setembro de 2023, dados oficiais do governo brasileiro, revelaram que, de 2010 a 2023, foram investidos no setor quase 50 bilhões de dólares, gerando diretamente mais de 68 mil postos de trabalho.
Isso mostra a importância desse tipo de energia para a economia do País, sem contar o impacto ambiental positivo, pois, com a energia eólica, somente em 2022 foi evitado o lançamento de 26,9 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
Destaque internacional e novas ações
O governo do presidente Lula está apostanto no crescimento da produção de energia limpa como forma de ter ganho econômico, social e ambiental para o mundo. O próprio presidente tem sido um dos líderes nessa luta para preservação do planeta.
Em dezembro de 2023, o Ministério de Minas e Energia assinou a adesão à Global Offshore Wind Alliance (GOWA) para reunir governos, setor privado, organizações internacionais e outras partes interessadas para acelerar a implantação de energia eólica offshore, afim de fomentar o desenvolvimento da fonte e enfrentar as crises climáticas e de segurança energética no mundo.
No cenário internacional, o Brasil está alcançando cada vez mais destaque como fonte de energia limpa. Segundo a ABEEólica, o Brasil mantém sua posição no 6º lugar do Ranking Mundial de capacidade eólica acumulada elaborado pelo GWEC (Global Wind Energy Council). Na categoria Nova Capacidade Instalada de Eólica, o Brasil já ocupa o terceiro lugar no ranking mundial.
Maiores produtores do Nordeste
Os maiores produtores de energia eólica no Nordeste são os estados do Rio Grande do Norte, Bahia e Piauí. O estado do Rio Grande do Norte possui 248 parques instalados, com 2.991 aerogeradores, e uma potência de geração de 7.872,43 megawatts.
A Bahia vem em segundo lugar com a geração de 7.633,37 MW, 276 parques e 2.828 aerogeradores. O Piauí é o terceiro com geração de 3.583,95 MW, a partir de 108 parques, compostos por 1.246 aerogeradores.
Na sequência, as próximas posições também mostram a força do Nordeste em capacidade eólica, com Ceará (4º), Pernambuco (5º) Maranhão (6º), Paraíba (7º) e Sergipe (8º).
Embora a energia renovável seja considerada um dos principais métodos para enfrentar a crise hídrica no país, Alagoas destaca-se como o único estado do Nordeste sem projetos ou incentivos para energia eólica ou solar.
O Piauí e a energia eólica
De acordo com o produtores, o Nordeste do Brasil é uma das melhores regiões do mundo para investimento nesse tipo de negócio. E alguns estados se destacam na produção de energia eólica porque tiveram visão antecipada e criaram as condições legais e incentivaram a instalação dos parques eólicos, como o do Piauí.
Foi durante o segundo mandato do hoje ministro Wellington Dias como governador, que o Piauí ingressou com destaque na produção de energia eólica. No dia 13 de fevereiro de 2009, o então governador inaugurou a primeira usina eólica do Piauí. Foi o Parque Eólico da Pedra do Sal, em Parnaíba, a 348 quilômetros de Teresina.
Maiores parques da América Latina
Números oficiais da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), do terceiro trimestre de 2023, apontam o Piauí com o estado brasileiro que mais apresentou crescimento na geração de energia eólica do país no ano anterior (2022), com um aumento de 24,85% a mais do que havia produzido em 2021.
Segundo os dados da CCEE, os outros estados que se destacaram no aumento de energia eólica foram a Bahia, que cresceu 21,35%, e o Rio Grande do Norte, com crescimento de 8,4%.
Em relação ao Brasil, o Piauí também teve um desempenho superior ao crescimento da geração desse tipo de energia no país. De acordo com o levantamento da CCEE, a geração de energia eólica no Brasil cresceu 12,6%, enquanto que o Piauí, no comparativo anual, teve 24,85% de crescimento, o que equivale a mais que o dobro do aumento nacional.
O Piauí foi o segundo estado com maior crescimento na geração de energias renováveis no Brasil. Entre 2021 e 2022, o estado teve um crescimento de 25,7% e perdeu apenas para Minas Gerais, que teve um crescimento de 26,9% na geração de energias limpas.
De acordo com o levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, a geração de energia renovável bateu recorde em 2022 no Brasil. Usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa foram responsáveis por 92% do total de eletricidade produzida pelo país, maior porcentual dos últimos 10 anos. Os dados referentes à produção de energia eólica no Brasil em 2023 ainda não estão disponíveis porque ainda não foram fechados.
Atualmente, o Piauí possui o maior parque de energia eólica em operação na América Latina. Localizado nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí, Queimada Nova e Dom Inocêncio, o complexo Lagoa dos Ventos possui 230 turbinas eólicas em atividade.
Fonte: Ministério das Minas e Energias, CCEE, ABEEólica e Governo do Piauí