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Pré-candidato baleado na Colômbia teve mãe morta por cartel

Reportagem Sertão Atual

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Por Por Caio Possati e Pedro Augusto Figueiredo, Ana Ritti e Ingrid Rodrigues/ESTADÃO CONTEÚDO

Alvo de um atentado, o senador e pré-candidato a presidência da Colômbia Miguel Uribe Turbay, de 39 anos, está internado em estado crítico após ser baleado na cabeça durante um evento de campanha em Bogotá. O caso aconteceu por volta das 19h30 (horário de Brasília) da noite do último sábado, 7.

Miguel Uribe é advogado e membro do partido de oposição Centro Democrático, fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe – apesar do sobrenome em comum, eles não têm parentesco.

Nascido em Bogotá em 1986, o senador se formou em Direito e fez mestrado em Políticas Públicas pela Universidade de los Andes. Realizou também mestrado em Administração Pública na Escola de Governo de Harvard, nos Estados Unidos.

Neto de ex-presidente e mãe morta por cartel

Uribe é neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala e filho de Diana Turbay, uma jornalista sequestrada e morta pelo Cartel de Medellín em 1991. Turbay era considerada uma profissional de renome, sendo responsável pela direção do noticiário Cripton, na época.

Miguel Uribe Turbay, senador e pré-candidato à presidência da Colômbia que foi vítima de um atentado na noite de sábado (07), em Bogotá, é filho da jornalista Diana Turbay, que foi sequestrada e morta durante a ofensiva violenta do cartel de Medellín, então comandado por Pablo Escobar.

Diana foi sequestrada em 30 de agosto de 1990, ao aceitar um convite para o que acreditava ser uma entrevista com a liderança do grupo guerrilheiro ELN (Exército de Libertação Nacional). Ela dirigia o noticiário televisivo Criptón e viajou até uma região montanhosa no leste de Antioquia com outros profissionais da imprensa.

O convite, no entanto, era uma armadilha montada por Los Extraditables (Os Extraditáveis, em tradução livre), facção formada por narcotraficantes a serviço de Escobar, que buscava impedir a extradição de colombianos para os Estados Unidos.

Além de Diana, foram sequestrados todos os integrantes da equipe de reportagem que cobriria a suposta entrevista. Eles foram levados a uma das propriedades do cartel, onde permaneceram em cativeiro por cerca de cinco meses.

Nos primeiros dias após o desaparecimento, a família Turbay acreditava que o grupo estava em poder do ELN. Intermediários chegaram a procurar Alfonso Cano, comandante das Farc, para tentar esclarecer o paradeiro dos jornalistas. A confirmação de que estavam sob o controle do cartel de Medellín só veio semanas depois.

Filha do ex-presidente Julio César Turbay Ayala e de Nydia Quintero, ex-primeira-dama e ativista social, Diana era uma figura pública respeitada e se tornou uma refém estratégica para Escobar. Apesar dos apelos da família, o narcotraficante recusou qualquer tentativa de contato direto com os Turbay.

Em entrevista ao jornal El Tiempo, Nydia relatou ter implorado pessoalmente ao então presidente César Gaviria que evitasse uma ação militar. “Disse que atribuía igual responsabilidade a Escobar e ao governo que ordenou o resgate”, afirmou.

Mesmo com os pedidos da família, uma operação militar foi autorizada e ocorreu em 25 de janeiro de 1991, na região de Copacabana, em Antioquia. Durante o resgate, os sequestradores mandaram que os reféns subissem uma colina. Houve disparos, e Diana foi baleada. Um helicóptero do Exército chegou a levá-la até um hospital em Medellín, mas ela chegou sem vida.

As circunstâncias exatas da morte nunca foram completamente esclarecidas. Uma versão aponta que ela foi atingida por tiros dos próprios sequestradores. Outra, que foi baleada por militares durante o confronto. Em ambas, o desfecho foi trágico: Diana morreu poucas horas depois de ser ferida.

Um dos envolvidos no crime, Aldemar Bustos Tafur foi condenado por liderar o sequestro. Em depoimento, ele afirmou ter agido sob ordens diretas de Pablo Escobar. Inicialmente sentenciado a 30 anos de prisão, teve a pena reduzida para 20.

Anos depois, Miguel Uribe Turbay homenageou a mãe nas redes sociais. “Minha mãe deu a vida pela paz e pelo jornalismo. Foi assassinada pelo narcotráfico enquanto buscava um futuro melhor para os colombianos. É minha maior inspiração. Dela aprendi que os princípios não se negociam”, escreveu.

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