Após o resultado do primeiro turno das eleições municipais de 2024, muitos prefeitos derrotados adotaram medidas de corte de gastos, como exonerações em massa de servidores comissionados e de confiança. Esse movimento busca ajustar as contas públicas e cumprir exigências fiscais, mas tem gerado impactos negativos na estrutura administrativa dos municípios.
O atual prefeito de Teresina, Dr Pessoa (PRD), também não conseguiu se reeleger, tendo apenas 2,20% dos votos. O pleito no município teve como vencedor, ainda no primeiro turno, Silvio Mendes (União), com 52,19%. Na segunda-feira (14/10), a prefeitura realizou uma série de exonerações e adequações no quadro de servidores. No total, 37 pessoas retiradas das suas funções ou adequadas em outros setores.
Situações semelhantes ocorreram no interior Piauí. Em Manoel Emídio, a prefeita Cláudia Pires Medeiros decretou a exoneração coletiva de todos os servidores comissionados e temporários, visando sanear as contas do município e garantir o funcionamento dos serviços essenciais. Já em Paulistana, o prefeito Joaquim da Farmácia exonerou todos os servidores comissionados e temporários, citando a necessidade de adequar as despesas com pessoal à Lei de Responsabilidade Fiscal e enfrentar a crise econômica local.
Qual motivação?
O cientista político e economista Igor Lucena explica que as exonerações em massa após a derrota nas urnas são uma prática comum, mas podem ser prejudiciais. Segundo ele, essas ações muitas vezes mostram que a atual gestão está desaparecendo, criando um vácuo de comando. Isso pode prejudicar o funcionamento da máquina pública, especialmente quando os cargos exonerados são essenciais para a manutenção dos serviços básicos. A retirada abrupta de servidores de confiança também pode gerar incertezas na continuidade de projetos e programas importantes para a população.
Além disso, Lucena destaca que essas exonerações podem ter um impacto direto no bem-estar do município, já que alguns desses profissionais coordenam áreas fundamentais para a cidade. Ele ressalta que as demissões deveriam ser mais estratégicas, concentradas em cargos que não são essenciais para o funcionamento da administração pública, em vez de afetar diretamente setores que prestam serviços importantes à comunidade.
Fonte: Conecta Piauí | com informações Metropoles