O ex-presidente Jair Bolsonaro permaneceu em silêncio durante seu depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (22), que teve duração de aproximadamente 15 minutos. O advogado dele, Paulo Cunha, alegou falta de acesso a todos os elementos da investigação, incluindo a delação de Mauro Cid.
Bolsonaro está sendo investigado por participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado, juntamente com outras 22 pessoas, incluindo ex-ministros e militares. A defesa de Bolsonaro afirmou que ele não cometeu nenhum delito, reforçando que ele “não teme nada porque não fez nada” e destacando que ele nunca foi “simpático” a movimentos golpistas.
A PF alega que há “dados que comprovam” que Bolsonaro analisou e alterou uma minuta de decreto que indicava uma possível realização do golpe em andamento. Bolsonaro teve medidas impostas pela justiça, como a proibição de deixar o país, tendo que entregar o passaporte no prazo de 24 horas, e de não poder se comunicar com demais investigados, nem por meio de advogados. Ele tentou evitar depor até ter acesso integral às provas, mas teve o pedido negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Para hoje, estavam marcados 23 depoimentos de militares e ex-ministros em diversas regiões do país, sendo 14 em Brasília, quatro no Rio de Janeiro, um no Paraná, dois em São Paulo, um em Minas Gerais, um no Mato Grosso do Sul e um no Espírito Santo. Todos foram alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada há duas semanas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Fonte: GLOBO