Por Elinalva Sousa (estagiária)
Revisão: Cidadeverde.com/picos
Os agricultores da comunidade Quilombola Mutamba, que fica localizada na zona rural de Paquetá do Piauí, distante 307 km da Capital Teresina, vêm sofrendo com a perda de plantações após fortes chuvas na região.
A referida comunidade está situada no encontro de dois rios, o Itaim e o Guaribas. As águas dos rios subiram muito com o aumento das chuvas, e como consequência, as plantações agrícolas de milho e feijão foram levadas pela força da água.
A agricultora, Maria Dominga, mais conhecida como “Nega Dominga”, explicou que algumas famílias da comunidade que tem propriedades próximas ao rio perderam tudo.
“A situação lá tá um pouco crítica, porque tá havendo perda. Aquelas pessoas que plantam mais perto do rio, já perderam tudo em uma roça. Perdeu milho, perdeu feijão, perdeu tudo com a força da água. A grande maioria dos agricultores perderam muita coisa”, diz a trabalhadora rural”, disse a agricultora.
Pés de milho arrancados
“Nega Dominga” ainda reforçou que além das chuvas o aparecimento de mosquitos tem prejudicado o desenvolvimento das lavouras.
Outro trabalhador rural que foi atingido é o professor Giliard Feitosa. Ele relata que nos últimos 20 anos já perdeu pelo menos cinco vezes lavouras inteiras.
“Nos últimos 20 anos a gente tem enfrentado isso umas cinco vezes. Quando a água sobe muito e atinge as roças. Essa situação é decorrente das cheias do Rio Itaim. As plantações do nosso quilombo sofrem quando as chuvas são prolongadas, são pancadas de chuvas fortes e quando as chuvas são muito frequentes. Tem anos que conseguimos atravessar todo o período chuvoso sem sofrer prejuízos. Mas esse ano, as perdas são muito grande”, ressaltou o professor.
Giliard Feitosa ainda revelou que o nível do rio Itaim nos últimos dias se encontra regular, mas se subir um ou dois metros os prejuízos acontecem.
Rio Itaim
Moradias desabam e moradores ficam ilhados
Além das plantações serem atingidas, os moradores da comunidade Mutamba enfrentam outros dois problemas: falta de acessibilidade (ficam ilhados) e desabamento de moradias construídas de pau-a-pique.
“Eu lembro bem que essa dificuldade que estamos tendo agora, ela foi parecida com 2004, de tanta água as casas amolecem e caiam. Esse ano só uma casa da vizinha chegou a cair as paredes, mas não caiu todo o teto de cima”, afirmou a agricultora “Nega Dominga”.
Na comunidade Mutamba residem 30 famílias que sobrevivem essencialmente da agricultura.
Moradores se arriscam na travessia do rio
Fonte: Cidade Verde