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Ex-cidade mais violenta do Brasil agora tem polícia que mais mata; veja qual é

Reportagem Sertão Atual

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A cidade de Jequié, situada no interior da Bahia e conhecida por seu histórico de violência, enfrenta um novo desafio: tornou-se, em 2023, o município com a maior taxa de mortes decorrentes de intervenção policial no Brasil. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Jequié registrou uma alarmante taxa de 46,6 mortes por intervenção policial a cada 100 mil habitantes.

CONFRONTOS ENTRE FACÇÕES CRIMINOSAS

Essa estatística coloca Jequié à frente de outras cidades como Angra dos Reis (RJ) e Macapá (AP), refletindo um cenário de confrontos frequentes entre facções criminosas. A cidade, que abriga cerca de 158 mil habitantes, viu uma escalada de violência após um racha no Comando Vermelho em 2022, quando dissidentes se aliaram ao Primeiro Comando da Capital (PCC), desencadeando uma guerra pelo controle do tráfico local.

88,8 HOMICÍDIOS PARA CADA 100 MIL HABITANTES

Em 2022, Jequié liderou também a taxa de mortes violentas no país, com 88,8 homicídios para cada 100 mil habitantes. Embora tenha havido uma redução para 84,4 homicídios em 2023, a cidade viu um aumento alarmante na letalidade policial, que respondeu por 55,2% das mortes violentas no último ano.

ABUSOS E EXECUÇÕES SUMÁRIAS

Diante desses números, moradores e ativistas locais têm expressado preocupação com as operações policiais nas áreas periféricas, acusando as autoridades de abusos e execuções sumárias. Mães de vítimas como Kaylan, Jean e Alisson, jovens mortos em ações policiais, têm se organizado para denunciar as violações de direitos humanos e exigir maior transparência e responsabilização das forças de segurança.

LETALIDADE COMO RESPOSTA À CRISE DE SEGURANÇA PÚBLICA

As autoridades estaduais, por sua vez, enfrentam críticas por políticas que parecem priorizar a letalidade como resposta à crise de segurança pública, em contraponto a estratégias mais eficazes de combate ao crime organizado. A situação levanta questões urgentes sobre os métodos de policiamento e a necessidade de medidas que garantam a segurança dos cidadãos sem comprometer seus direitos fundamentais.

Fonte: Meio Norte

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