O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, deve ser anunciado em agosto como substituto do atual presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto. A informação foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim, de “O Globo”. Campos Neto sugeriu ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que o anúncio fosse em agosto para evitar divisão de poder antecipada e uma transição difícil no fim do ano.
TRANSIÇÃO SUAVE E COM REDUÇÃO DE TEMOR
Um anúncio em agosto, segundo o economista-chefe do banco Pine, Cristiano Oliveira, tornaria a transição mais suave e reduziria temores de investidores sobre um perfil inadequado para o comando do BC. “A indicação de Galípolo é super acertada, ele tem se mostrado comprometido com a missão de perseguir o centro da meta e a criatividade de comunicação com diversos segmentos da sociedade”, afirmou Oliveira. A insegurança sobre a escolha de Lula para o BC ajudou a elevar o prêmio de risco sobre ativos brasileiros nos últimos meses.
FAVORITO AO POSTO
Ex-número 2 de Haddad na Fazenda, Galípolo é visto como favorito ao posto desde sua indicação à diretoria de política monetária em 2023. Outros nomes, como o ex-diretor do BC Luiz Awazu Pereira, o economista André Lara Resende e Aloizio Mercadante, também foram cogitados. Para Oliveira, a confirmação de Galípolo poderia ajudar a reduzir o prêmio de risco local, dado que as incertezas aumentaram o descolamento dos ativos dos fundamentos econômicos.
CONDUÇÃO DO BC NOS PRÓXIMOS ANOS
A transição suave e a continuidade da política monetária são pontos destacados por analistas. Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, acredita que, apesar do impacto positivo no curto prazo, ainda restarão dúvidas sobre a condução do BC nos próximos anos, especialmente com mais trocas de direção previstas para o fim do ano. Para Vale, a nova diretoria do BC precisará ser cuidadosa com a Selic, mantendo-a elevada para controlar a inflação dentro da meta, sem espaço para aventuras.
Fonte: Meio Norte