Por Roberto Araújo
Em reunião na tarde desta quinta (18), foi iniciada a Mesa de Negociação Permanente do Governo do Piauí com as entidades que representam as categorias de servidores estaduais. A ação é coordenada pela Secretaria da Administração (Sead) em parceria com a Secretaria das Relações Sociais (Seres). Para a primeira reunião, foram convidados 44 entidades sindicais que representam os servidores.
Entre as pautas debatidas nesta primeira reunião estão o percentual de reajuste linear para os servidores e a criação de uma política permanente de valorização dos profissionais que atuam no serviço público.
A reunião acontece no auditório da Secretaria de Administração, que fica localizada no Centro Administrativo, no bairro São Pedro, zona Sul de Teresina. Além dos secretários de Administração, Samuel Nascimento, e de Relações Sociais, Núbia Lopes, também participam os gestores das pastas da Educação, Washington Bandeira, da Segurança Pública, Chico Lucas, da Fazenda, Emílio Júnior e do Planejamento, Washington Bonfim.
A secretária de Relações Sociais, Núbia Lopes, disse ao Cidadeverde.com que o objetivo desta primeira reunião é ouvir as entidades e elaborar um calendário permanente de negociação. Ela citou que, em um primeiro momento, o objetivo é discutir o reajuste salarial dos servidores, mas o espaço deve discutir permanentemente as questões das categorias.
“Vamos estabelecer essa mesa de negociação a partir de agora, onde vamos fazer essa escuta, e vamos estabelecer as próximas reuniões para que possa ter subsídios e definir, vendo a questão financeira do estado, o melhor reajuste para os servidores públicos no ano de 2024”, disse.
O secretário de Administração, Samuel Nascimento, frisou que a instalação da mesa representa um novo momento da relação do Estado com os servidores.
“É um momento novo em que a gente inaugura um canal permanente de diálogo aberto direto com todas as secretarias e todos os cargos, todos os servidores públicos do estado, para buscar a unificação de pautas e que melhorem a vida do servidor, a vida funcional do servidor e também, naturalmente, o serviço prestado à população”, disse.
A reunião desta quinta (18) marca o primeiro encontro para a instalação da Mesa de Negociação Permanente. Ela foi criada por meio de decreto estadual assinado pelo governador Rafael Fonteles. A Mesa tem a finalidade de buscar soluções negociadas para os interesses manifestados pelas categorias de servidores.
Categorias esperam que espaço facilite as negociações
Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), o espaço de negociação é importante para apresentar as reivindicações para o Estado. Segundo a presidente do sindicato, Paulina Almeida, a expectativa é que o governo ofereça um reajuste salarial maior do que a inflação, que ficou em 4,67%.
“A expectativa que o Sinte tem é, de fato, haver uma negociação. Acredito que não será hoje, mas acredito que seja posterior, nós do Sinte Piauí protocolamos a nossa pauta, com muito muita defasagem salarial e a gente entende que os 4,67% não é recomposição da carreira, nós não esperamos só o piso salarial, porque nós esperamos mesmo é a recomposição da carreira”, disse.
O presidente da CUT Piauí, Odaly Medeiros, disse que defende que a Mesa Permanente tenha grupos de trabalhos (GT’s) para contemplar cada segmento específico dentre os servidores do estado.
“Eu proponho que se criem GT’s de cada sindicato e, através desse trabalho, agente avançar nas negociações. É óbvio que cada segmento é aeróbico, que cada ramo tem suas políticas específicas, a questão dos trabalhadores da educação, da saúde, dos urbanitários, etc. Nós precisamos saber quais os problemas mais graves, os problemas mais urgentes, o que tem dentro de cada categoria e essa mesa exatamente para a gente fazer uma exposição para o governo aquilo que é prioridade aquilo que é essencial”, defendeu.
Para a vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde Pública do Piauí (Sindespi), Edna Martins, os profissionais da saúde têm expectativa de encontrar um bom canal de diálogo com o governo a partir da Mesa de Negociação.
“A criação dessa mesa é um progresso para os trabalhadores porque a gente não tinha nem mesmo como negociar. Então agora, já que vai criar essa mesa, cria aquela expectativa que nós vamos ter um avanço nas questões, em geral, polêmicas, mas que todos têm, digamos, as necessidades no reajuste salarial, mas tem aquelas faltas que são específicas por categoria, e nós da saúde, a questão abrange além do reajuste salarial, tem a insalubridade de adicional noturno, de péssimas condições de trabalho, então isso tudo acontece e nós temos essas expectativas”, disse.
Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com
Professores da Uespi esperam negociação
Dentre as categorias presentes, a de professores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) se reuniu na entrada do Centro Administrativo com cartazes e faixas. A única categoria que está em greve no Piauí pede um reajuste de 22%, segundo a representante da Associação dos Docentes da Uespi (Adcespi), Lucineide Barros.
“Nossa proposta é que esses 22% sejam aplicados em dois momentos, em janeiro 11% e em maio 11%. (…) a gente espera que haja sensibilidade, escuta ao que estejamos dizendo”, disse.
Fonte: Cidade Verde