
O conclave é um dos eventos mais solenes e marcantes da Igreja Católica, realizado após a renúncia ou morte de um papa. Trata-se de uma eleição secreta que reúne cardeais de todo o mundo no Vaticano para escolher o novo líder da Igreja. Embora o processo de sucessão papal exista desde o século XI, foi apenas no século XIII que ele passou a ser chamado de conclave, termo que significa “com chave”, em referência ao isolamento dos eleitores durante a escolha.
Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira, 21, aos 88 anos, o conclave deve ser iniciado dentro de um prazo de 15 a 20 dias, conforme estabelecido pelas normas da Igreja. A seguir, entenda como esse processo funciona.
Como funciona o conclave?
A escolha do novo pontífice é feita por até 120 cardeais eleitores — todos nomeados por um papa e com menos de 80 anos no dia da votação. Eles se reúnem na Capela Sistina, em total isolamento, sem contato com o mundo exterior, até que o novo papa seja eleito.
Durante o período de sede vacante (quando não há papa), quem assume a administração da Igreja é o camerlengo, que também lidera a preparação para o conclave. Ele é responsável por cuidar da Santa Sé, zelar pelos bens da Igreja e garantir o bom andamento do processo de sucessão.
Quais são as regras do conclave?
Para que um cardeal seja eleito papa, ele precisa obter pelo menos dois terços dos votos — no caso de 120 eleitores, isso significa ao menos 80 votos. Os cardeais recebem cédulas para escrever o nome do candidato escolhido (não sendo permitido votar em si mesmo).
Logo no primeiro dia é realizada uma votação. Caso nenhum candidato atinja o número necessário de votos, novas rodadas acontecem nos dias seguintes. A partir do segundo dia, são realizadas quatro votações diárias: duas pela manhã e duas à tarde.
O resultado de cada votação é indicado por uma simbólica fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina: fumaça preta indica que ainda não há consenso, enquanto a fumaça branca anuncia que o novo papa foi escolhido.
Se após três dias de votações não houver definição, os cardeais fazem uma pausa para oração e reflexão. Esse ciclo pode se repetir até sete vezes. Se, mesmo assim, nenhum nome alcançar os votos necessários, os dois cardeais mais votados passam a disputar a eleição em uma votação final, onde um deles deve alcançar os dois terços dos sufrágios.
O que acontece depois da escolha?
Quando o novo papa é eleito, um cardeal diácono faz o tradicional anúncio: Habemus Papam (“Temos um papa”). Ele revela o nome civil e o nome papal escolhido pelo novo pontífice.
Em seguida, o novo líder da Igreja Católica veste os trajes papais e aparece na sacada da Basílica de São Pedro para sua primeira saudação aos fiéis, marcando oficialmente o início de seu pontificado.
Fonte: Meio Norte