O mundo católico voltou os olhos para o Vaticano nesta quarta-feira (17), quando se deu início oficialmente ao conclave que escolherá o novo papa. Às 17h45 (horário local), 12h45 (horário de Brasília), o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, dom Diego Giovanni Ravelli, declarou o tradicional “extra omnes”, expressão em latim que significa “todos fora”, determinando que apenas os cardeais eleitores permanecessem na Capela Sistina. O fechamento das portas marcou o início do isolamento absoluto que só se encerra com o anúncio: Habemus Papam!.
Veja o vídeo:
O conclave acontece dezesseis dias após a morte do papa Francisco, e reúne 133 cardeais com direito a voto, vindos de diferentes partes do mundo. O primeiro passo do rito foi dado às 16h15 (horário local), 10h45 (Horário de Brasília), com a procissão dos eleitores partindo da Capela Paulina até a Capela Sistina, entoando hinos litúrgicos e ocupando seus postos diante da mesa onde cada um escreverá o nome de seu escolhido.
Rito antigo em tempos modernos
Antes da primeira votação, foi realizada uma oração conduzida pelo cardeal Pietro Parolin, considerado um dos principais papáveis. Em seguida, teve início uma meditação com o pregador emérito da Casa Pontifícia, cardeal Raniero Cantalamessa, de 90 anos. Ao fim dessa etapa, ele e os cerimoniários deixam a Sistina, selando o início das votações.
A previsão é de que a primeira fumaça, indicando se houve ou não um consenso, apareça por volta das 19h (horário local), às 14h (horário de Brasília). A fumaça branca anuncia a eleição de um novo papa; a preta, que nenhum candidato atingiu os dois terços necessários. No entanto, não se espera uma definição já neste primeiro escrutínio, nos últimos conclaves, Francisco (2013) e Bento XVI (2005) foram eleitos apenas no segundo dia.
Os cardeais permanecem isolados do mundo externo: sem celular, internet ou contato com o público. Suas janelas foram seladas e todo o processo é envolvido em discrição e espiritualidade. Uma das imagens que ganhou repercussão foi a do arcebispo chileno Fernando Chomali lavando uma camisa branca antes do conclave, afirmando: “Só diante de Deus se pode votar em quem será o papa.”
Tradição e expectativa
Apesar de ser uma tradição que remonta ao século 11, o conclave se mantém atual e relevante mesmo em tempos de redes sociais e superexposição digital. Como destacou o arcebispo francês Jean-Paul Vesco, o isolamento da escolha papal é “de uma incrível modernidade” justamente por recusar distrações externas.
“Nada de telefone nem de internet… Sairemos com a proclamação Habemus Papam!”, escreveu ele.
Caso nenhuma definição surja na primeira sessão, o cronograma seguirá com duas votações pela manhã e duas à tarde nos dias seguintes. Sempre que duas votações terminam sem decisão, as cédulas são queimadas juntas, produzindo fumaça preta uma única vez por turno.
Enquanto a fumaça ainda é incerta, cresce a ansiedade dos fiéis e da imprensa mundial. A qualquer momento, o telhado da Capela Sistina pode emitir o sinal que mudará a história da Igreja Católica e do mundo.
Fonte: Meio Norte
