Em reunião na segunda-feira (15) com professores e estudantes realizada na Administração Superior da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), o reitor Evandro Alberto de Sousa, ouviu as pautas dos docentes e discentes em greve. Na oportunidade, o reitor assumiu o compromisso de fazer contato com o governador Rafael Fonteles, com o objetivo de buscar canal de negociação para que o movimento grevista possa chegar ao fim.
A reunião com o reitor aconteceu poucos minutos depois do anúncio do governador, em redes sociais, de que todos os servidores estaduais terão reajuste linear de 4,7%.
“Tal índice está muito longe das perdas salariais acumuladas pelos docentes da Uespi nos últimos 10 anos, que chegam a 68% segundo estudo técnico de economistas. Se o governo alega que não pode pagar os 68% de uma só vez, que apresente uma contraproposta. Mas só 4,7% não temos como concordar”, afirma Lucineide Barros, da coordenação do Sindicato dos Docentes da Uespi (Adcesp).
De acordo com a Adcesp, o próprio governador e secretário de governo tiveram reajustes de mais de 75% nos últimos dois anos.
“Nossa palavra de ordem é negociação. Tivemos duas vitórias recentes no campo jurídico que reforçam a legalidade de nossa greve e proíbem retaliações como corte de ponto. Não temos interesse em esticar a disputa judicial e nem prolongar a greve por muito tempo. Por isso, queremos abertura de mesa de negociação onde o governo apresente contraproposta decente. Participaremos do evento de abertura da chamada ‘mesa permanente de diálogo’ no próximo dia 18 de janeiro com outros 31 sindicatos, mas temos convicção de que, no momento, só uma mesa específica de negociação pode fazer avançar no sentido de resolvermos o impasse na Uespi. Somos a única categoria em greve no momento, e a única com perdas tão exorbitantes, que chegam a 68%. Cabe ao governador não ser intransigente e nos chamar para negociar em separado”, afirma a professora Tatiana Oliveira, do Comando de Greve docente.
Os docentes da Uespi estão em greve desde o dia 2 de janeiro por reposição de perdas salariais, e contra mudanças no Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) propostas pelo governo que descaracterizem a Universidade em seu tripé ensino-pesquisa-extensão, acarretando ainda aumento da precarização do trabalho docente.
Já os estudantes decretaram greve em apoio ao movimento docente e por pautas relacionadas à assistência estudantil, que permitam a permanência de estudantes na universidade. Em nenhum dos campi da Uespi há residências e restaurantes universitários.
Fonte: Cidade Verde