O nível do rio Guaíba, em Porto Alegre (RS), voltou a subir na manhã desta terça-feira (14), chegando a 5,19 metros por volta das 5h15. A previsão, segundo a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é que o Guaíba atinja o pico de 5,4 metros até quarta-feira (15), quebrando o recorde de 5,33 metros registrado em 5 de maio.
O aumento do nível do Guaíba acontece em decorrência das chuvas constantes do último fim de semana. Os fortes ventos, provocados pela passagem de uma frente fria no Rio Grande do Sul, também colaboram para a cheia do rio.
Para tentar conter o avanço da água, a prefeitura de Porto Alegre montou barricadas com sacos de areia de 1,80 metro. O objetivo é evitar que o Guaíba chegue até a casa de bombas do Departamento Municipal de Água e Esgotos, responsável por drenar os bairros Cidade Baixa e Menino Deus – ambos ainda com registros de alagamentos.
O temor da cheia também forçou moradores do bairro Lami, no extremo sul de Porto Alegre, a abandonarem suas casas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, cerca de 300 pessoas foram retiradas do local na noite de segunda-feira (13).
Nesta semana, a gestão municipal lançou uma plataforma com mapas interativos para detalhar os caminhos percorridos pela água na cidade. O mapa cruza dados coletados via satélite com medições topográficas oficiais, possibilitando informações atuais sobre bairros e prédios afetados pelo Guaíba, além dos impactos econômicos e estruturais.
Tragédia no RS
Mais de 400 cidades do Rio Grande do Sul ficaram ilhadas depois de serem atingidas por fortes chuvas na última semana. Até o momento, a Defesa Civil contabiliza 147 mortos, além de 77.405 desabrigados e 538.245 desalojados no estado. 127 moradores, por sua vez, seguem desaparecidos.
A capital Porto Alegre segue cercada pelas águas. A única forma de entrar e sair da cidade é pela zona leste, na RS-040, que leva ao Litoral Norte. Todos os demais pontos estão fechados por conta das enchentes, assim como o Aeroporto Internacional Salgado Filho, que suspendeu as atividades por tempo indeterminado.
Em meio ao cenário, o Congresso aprovou a proposta do governo federal e reconheceu situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul. Na prática, a medida vai permitir envio de recursos de forma emergencial, pulando etapas burocráticas, como as fases de licitação. O decreto também permite que o envio de recursos ao estado fique fora dos limites das regras fiscais.
Fonte: SBTNews