
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, conhecida como ‘CPI das Bets’, ouve nesta quarta-feira (21), o influenciador digital e padre católico Patrick Fernandes. Em suas redes sociais, ele revelou ter recebido diversas propostas de empresas de apostas para divulgação, todas recusadas. A comissão considera relevante ouvir figuras públicas que adotam uma postura ética diante desse tipo de oferta.
O padre foi convidado a prestar depoimento por meio de requerimento de autoria do senador Dr. Hiran (PP-RR), presidente do colegiado (REQ 458/2025). Segundo o senador, a comissão considera importante ouvir figuras públicas que expressem a “percepção social e moral” da população sobre o tema. A escolha de Fernandes leva em conta seu trabalho pastoral voltado à juventude e às famílias, além da frequência com que aborda, em suas redes sociais, assuntos relacionados à saúde emocional, vícios comportamentais e os efeitos do uso excessivo da tecnologia.
“Sua participação contribuirá significativamente para o entendimento mais amplo dos efeitos sociais desse mercado e para a formulação de políticas públicas que visem proteger os cidadãos mais vulneráveis, especialmente os jovens, contra os potenciais danos desse tipo de atividade”, justifica Hiran.
A CPI das Bets, iniciada em novembro de 2024, investiga a possível associação do setor de apostas com organizações criminosas e práticas ilícitas. A comissão pretende usar esses insumos na elaboração de políticas públicas de proteção aos grupos mais vulneráveis, especialmente os jovens.
Quem é o padre Patrick Fernandes
Ordenado aos 25 anos em Marabá (PA), Patrick nasceu em Santo Antônio do Canaã (ES) e hoje está à frente da Paróquia São Sebastião, em Parauapebas (PA). Tornou-se conhecido nacionalmente durante a pandemia, quando suas transmissões e vídeos ganharam popularidade nas redes. Hoje, tem mais de 7 milhões de seguidores, entre católicos e não católicos, atraídos por sua forma descontraída de abordar temas de fé e comportamento.
Entre seus conteúdos mais populares estão as “caixinhas de perguntas”, em que responde dúvidas com leveza e bom humor. Nos últimos meses, passou a falar com mais frequência sobre os riscos das apostas, especialmente entre os jovens, e passou a receber relatos de pessoas endividadas ou viciadas nos jogos.
Ao contrário de influenciadores já ouvidos pela CPI das Bets, como Virgínia Fonseca e Rico Melquíades, o padre Patrick Fernandes afirmou ter recusado propostas de divulgação de casas de apostas.
Com informações da Agência Senado