Pode tomar creatina doente

Reportagem Sertão Atual

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Creatina. — Foto: Unsplash
Creatina. — Foto: Unsplash

A creatina é um dos suplementos mais estudados e utilizados no mundo do esporte e da nutrição. Conhecida principalmente por melhorar a performance em exercícios de alta intensidade e favorecer a recuperação muscular, ela também levanta dúvidas quando o assunto é saúde: afinal, pode-se manter a suplementação de creatina mesmo durante um quadro de doença? 

Se você já passou por uma gripe forte, resfriado persistente ou mesmo uma infecção que exige repouso, é provável que tenha se questionado sobre os riscos e benefícios de continuar tomando esse composto. 

Neste artigo, você terá respostas claras e detalhadas, aprenderá a adaptar a dose de acordo com seu estado de saúde, conhecerá estratégias para otimizar a absorção e descobrirá cuidados essenciais para transformar a fase de convalescença em um período de manutenção e fortalecimento do corpo.

Pode tomar creatina doente?

Sim, de modo geral, pode tomar creatina doente. A suplementação de creatina não é contraindicada apenas pela presença de um quadro gripal ou viral comum, desde que alguns cuidados sejam observados. A creatina desempenha um papel fundamental na reciclagem de ATP (adenosina trifosfato), a principal molécula de energia celular, e exercita efeito protetor sobre a massa muscular e o sistema nervoso. 

Mesmo em repouso ou com esforço reduzido, o corpo continua a demandar energia para processos de reparo tecidual e combate a patógenos, e é aí que um suplemento de alta qualidade a melhor creatina pode fazer diferença na manutenção de níveis energéticos e na prevenção de atrofia.

Hidratação reforçada em momentos de doença

Quando estamos doentes, principalmente se há febre, sudorese intensa ou vômitos, a desidratação se torna um risco maior. A creatina tende a aumentar a retenção intracelular de água, puxando líquidos para dentro das células musculares. 

Para evitar complicações renais e garantir o perfeito funcionamento do suplemento, recomenda-se aumentar o consumo de líquidos. Água, água de coco e soluções eletrolíticas são fundamentais para manter o equilíbrio hidroeletrolítico.

Adequação da dose diária

Enquanto o protocolo clássico de “fase de carga” sugere 20 gramas por dia nos primeiros 5 a 7 dias, essa estratégia pode sobrecarregar um organismo já fragilizado por um quadro infeccioso. A dose de manutenção, entre 3 e 5 gramas diárias, é suficiente para manter níveis intramusculares elevados de creatina. Essa abordagem evita picos de creatinina no sangue, que poderiam mascarar a função renal durante exames de rotina.

Acompanhamento médico e nutricional

Pessoas com histórico de insuficiência renal, hepática ou problemas gastrointestinais graves devem buscar orientação especializada antes de continuar ou iniciar qualquer suplemento. 

Exames de creatinina e ureia ajudam a monitorar a saúde renal, enquanto uma avaliação nutricional garante que o plano de suplementação esteja alinhado aos demais micronutrientes e necessidades energéticas, sobretudo em fases de doença.

Benefícios da creatina durante a convalescença

Há quem acredite que todo período de doença exija pausa total em suplementos esportivos, mas a creatina oferece vantagens específicas em momentos de recuperação. Entender esses benefícios ajuda a transformar o período de repouso em uma oportunidade de proteção muscular e metabólica.

Recuperação de energia celular acelerada

Durante infecções, nosso organismo gasta energia não só para as atividades diárias, mas também para montar defesas imunológicas. A produção de ATP é intensificada, e a creatina age fornecendo fosfatos adicionais para a regeneração rápida dessa molécula, reduzindo a sensação de cansaço extremo que acompanha febres e mal-estares.

Preservação da massa muscular

O repouso prolongado, aliado à redução de ingestão calórica comum em quadros gripais, acarreta risco de atrofia muscular. A creatina estimula a retenção de água intracelular e o processo de síntese proteica, ajudando a manter as fibras musculares ativas mesmo quando a atividade física é limitada.

Propriedades neuroprotetoras e anti-inflamatórias

Estudos internacionais apontam que a creatina apresenta ação antioxidante e moduladora de inflamação no sistema nervoso central. Em infecções mais severas, quando há comprometimento cognitivo ou dores de cabeça intensas, a suplementação pode auxiliar na redução do estresse oxidativo cerebral, facilitando a recuperação do estado mental e do humor.

Cuidados e precauções essenciais

Mesmo com benefícios, o uso de creatina durante doenças exige atenção redobrada a alguns fatores para evitar efeitos indesejados.

Monitoramento da função renal

A creatinina sanguínea, produto do metabolismo da creatina, pode elevar-se naturalmente com a suplementação. Em quadros febris, a função renal pode ficar temporariamente comprometida. Realizar exames de creatinina e filtração glomerular antes e após o período de suplementação ajuda a avaliar se os rins estão lidando bem com a carga adicional.

Evitar protocolos de carga agressiva

Fases de carga elevam o risco de desconfortos gastrointestinais e aumentam repentinamente a concentração de creatina no corpo. Durante a doença, restrita suas doses diárias a 3–5 gramas em um único momento do dia, ou dividida em duas tomadas de 2,5 g, para manter níveis estáveis.

Atenção a sintomas gastrointestinais

Náuseas, cólicas abdominais e diarreia podem ocorrer em alguns indivíduos, especialmente quando a mucosa gástrica está inflamada por vírus ou bactérias. Caso esses sintomas se agravem após a ingestão de creatina, interrompa o uso até a resolução do quadro e retome gradualmente apenas quando estiver recuperado.

Quando interromper a suplementação de creatina

Embora a creatina seja segura para a maioria, existem cenários em que sua suspensão é indicada até a normalização do estado de saúde.

Doenças renais crônicas ou insuficiência renal aguda

Pacientes com diagnóstico de insuficiência renal devem evitar creatina, pois o suplemento pode elevar ainda mais os níveis de creatinina no sangue e dificultar a avaliação da função renal real.

Infecções gastrointestinais severas

Em casos de diarreia intensa, vômitos frequentes e desidratação grave, a absorção de qualquer suplemento via oral fica comprometida. Priorize a reposição hídrica e nutricional até o fim dos sintomas antes de retomar a creatina.

Reações adversas persistentes

Se, mesmo em dose de manutenção, persistirem efeitos como retenção excessiva de líquidos, câimbras intensas ou desconfortos frequentes, suspenda temporariamente o suplemento e consulte um profissional de saúde.

Estratégias para otimizar a absorção em momentos de fragilidade

Mesmo doente, é possível potencializar a eficácia da creatina seguindo algumas táticas simples e inteligentes.

Combinar com carboidratos de baixo índice glicêmico

Tomar a creatina com suco de frutas natural, batida de frutas com aveia ou mesmo com uma refeição leve rica em carboidratos complexos incentiva a liberação de insulina moderada, aumentando a captação da creatina pelas células musculares.

Sinergia com proteínas de alto valor biológico

Adicionar uma fonte proteica ao momento da suplementação – como iogurte natural, whey protein ou mesmo ovos cozidos – pode favorecer a síntese proteica muscular e reduzir desconfortos estomacais.

Periodização do horário de ingestão

Defina um horário fixo para a creatina, preferencialmente após o café da manhã ou logo após o almoço, garantindo consistência nos níveis sanguíneos e facilitando a criação de um hábito, mesmo quando sua rotina está abalada pela doença.

Fatores individuais que influenciam os resultados

A resposta à creatina varia de pessoa para pessoa, e conhecer seu perfil ajuda a ajustar expectativas e protocolos.

Genética e capacidade de retenção muscular

Cada indivíduo possui variações genéticas que afetam a quantidade de creatina que conseguem armazenar nos músculos. Testes de sensibilidade ou simplesmente observar a evolução de força e massa magra ao longo de semanas indicam se você é um “bom receptor” de creatina.

Histórico alimentar

Quem segue dietas vegetarianas ou veganas, com ingestão reduzida de carnes e peixes, tende a ter níveis endógenos menores de creatina, experimentando ganhos mais expressivos ao suplementar.

Grau de atividade física pré-doença

Atletas de alta performance e praticantes de exercícios intensos sentem resultados mais rápidos, pois seus músculos já estão condicionados a altos níveis de fosfocreatina. Já os iniciantes podem demorar um pouco mais para perceber mudanças significativas.

Integração da creatina na rotina de recuperação

Para que a creatina cumpra seu papel em fases de doença, é importante estabelecer um protocolo que combine suplementação, alimentação adequada e descanso.

Avaliação profissional antes de iniciar

Antes de tudo, consulte um médico ou nutricionista para validar a suplementação, relatar histórico de saúde e ajustar doses conforme seu quadro clínico.

Definição de metas realistas

Estabeleça objetivos compatíveis com seu estado de saúde: manutenção de força, redução de perda muscular ou suporte energético. Isso evita frustrações e guia o planejamento.

Planejamento de doses e horários

Escolha sempre o mesmo horário para ingestão da creatina, associando-a a uma refeição leve. Se preferir, divida em duas doses menores para evitar desconfortos.

Monitoramento contínuo

Acompanhe sinais de tolerância (energia, sono, sintomas gastrointestinais) e, se possível, exames laboratoriais (creatinina, ureia) antes e após o período de suplementação.

Ajustes conforme evolução

Se a doença se prolongar ou surgirem complicações, adeque a dose ou suspenda temporariamente até a recuperação plena. Evite adaptações radicais sem orientação profissional.

Força renovada mesmo durante a doença

Agora que você sabe que pode tomar creatina doente, compreende que a lógica de “tudo ou nada” nem sempre se aplica à suplementação. Com ajustes adequados de dosagem, hidratação reforçada e acompanhamento profissional, é possível usar a creatina para apoiar a energia celular, preservar massa muscular e até acelerar a recuperação neurológica. 

Escolha a melhor creatina, mantenha hábitos saudáveis de alimentação e descanso, e transforme a fase de convalescença em um momento de proteção e fortalecimento. Assim, quando estiver plenamente recuperado, seu corpo terá se mantido ativo e resiliente, pronto para retomar as atividades físicas com o mesmo vigor de antes.

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